quinta-feira, abril 26, 2012


Do tudo ao nada.

2


Você chegou rápido, como sempre chega em qualquer situação, me olhou bem fundo nos olhos e se foi e eu não soube ir atrás.
Nós éramos diferentes e iguais ao mesmo tempo, houve vezes que nos completamos, mas também vezes que quebramos e copos quebrados não se consertam, por isso terminamos assim, ambos juntando os pedaços do que já pareceu bom um dia. Ou fui só eu que quebrei?
De qualquer forma, haviam peças demais nesse quebra-cabeça e eu não soube montá-lo como deveria.
Você era a pressa e eu a espera, você era a brincadeira e eu risada, você era amor e eu paixão que passa. Mas houve coisas que fomos ao mesmo tempo, fomos covardia e o medo de tentar, nós fomos abraços, mas também fomos distância, fomos sorrisos e olhares que queriam dizer tudo, mas muitas vezes não queriam dizer nada, e nos enganamos, juntos, em buscar significados ocultos em coisas que não faziam sentido algum.
Você tentou, você correu e eu fiquei parada, como sempre fico em qualquer situação, apenas olhando, analisando, deglutindo palavra por palavra que você dizia, fiquei tão obcecada em analisar cada momento que esqueci de vivê-los, então você partiu. Acontece sempre.
Acho que sempre vai ser assim, todos seguem suas vidas, ficam um pouco e depois partem, enquanto eu continuo parada, fotografando cada sentimento, escrevendo cada sentimento, sentindo, com toda força, cada sentimento e enquanto não houver alguém com paciência para sentar, observar e esperar enquanto eu compreendo o que acontece dentro de mim, nunca haverá nós em nenhum lugar. 
E hoje, graças a minha incapacidade de correr e sua incapacidade de esperar, nós somos nada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ual, que lindo.
Eu acho que sou bem assim tbm, essa espera.
A sensação de sempre precisar medir tudo, entender tudo, ler todos os sinais.

E eu odeio essa sensação, mas não consigo mudar.
Então acho que é dessa forma que voc~e descreveu, enquanto não houver alguém que espere eu desvendar tudo dentro de mim, nunca haverá um "nós", será sempre eu, sozinha.

Luís Paz disse...

Demais *-*
eu adoro textos assim, é bem o meu estilo.
muito bem escrito e carrega uma sinceridade e sentimentalismo muito forte *-*

Hey dxa um comment lá?
tem post novo
(e se ainda não segue, dá uma seguida xD )
valeeeu
www.luliskd.blogspot.com

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...