domingo, julho 24, 2011


Entre suspiros e palavras

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 Não entendo essa mania enorme que a gente tem de esperar ouvir eu te amo pra dizer eu também.

Não é tão ruim assim, manter amor dentro de mim. Não é pecado, não tá errado, é só um fato, um dos mais bonitos fatos que se pode contar por aí: eu amo você.

Amo sim, amo assim, meio torto, meio errado, meio não correspondido, meio sem sentido. Mas coração não faz sentido mesmo, um dia você acorda pela manhã e bum! É amor. Sem café na cama, sem sussurro no ouvido, sem ligação no meio da madrugada, é amor do mesmo jeito, com, ou sem defeito.


E se for mesmo amor, ai não tem razão, não tem plano, não tem cabeça que supere, você tá preso e sem direito a condicional. É quando a gente se vê nesse mundo que não se sabe se é bonito ou feio, que esfria e aquece ao mesmo tempo, onde tudo parece bom, e também ruim demais, onde não se sabe se quer sair, ou entrar ainda mais.

E se o sujeito não for no plural tanto faz, o que importa é sentir, é viver, o que importa é assumir que o que se sente é pra valer.

sexta-feira, julho 22, 2011


Conto de fada

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Às vezes, pego a caneta e fico apenas imaginando como seria escrever uma história de amor. Tento, sem sucesso , fazer as palavras tomarem forma, enquanto o papel continua em branco a minha frente. Não me falta talento, disso sei bem, falta-me inspiração,pois, apesar  de conhecer o principe encantado não tive a honra, ainda, de ser apresentada a princesa. E esse é o meu problema, não ser a princesa e acabar, por consequência, como coadjuvante da minha própria história. Então, abandono as páginas em branco, e resgato a melancolia de textos antigos, que insistem em afirmar que você é tudo que preciso pra viver.

Não é.

Preciso também de uma boa música, uma melhor amiga e uma dose extra de chocolate uma vez por semana, preciso fazer o cabelo todos os dias, nem que seja só para ir a padaria, porque esse é o único jeito de me sentir segura. Preciso de internet, uma piada e escrever também, para não me sentir vazia, preciso de óculos, pois minha miopia me impede de ver as coisas com clareza sem eles, preciso de remédios para garganta sempre na gaveta, pois quando inflama eu a odeio mais que qualquer coisa, preciso de terapia pra curar algumas fobias e isso tudo sem contar a comida e água, sem os quais, nenhum de nós vive.

Você é, portanto, apenas parte da equação, apesar de ser a maior parte. Sinto como se sem você como incógnita a equação se tornasse insolúvel, ao mesmo passo em que sinto que, talvez, seja tirando você da minha vida que eu consiga algo tão simples quanto um mais um é igual a dois. Mas, simplicidade nunca foi prazeroso pra mim, sempre gostei de complicar as coisas, então, tirar você da minha vida é mais doloroso pra mim do que te ver assim, tão longe.

Longe porque, talvez, eu seja a princessa, mas por enquanto continuo pressa na torre esperando para que meu príncipe me resgate.
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