quinta-feira, dezembro 08, 2011


Do outro lado do bar

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Ele a avistou no bar, quieta, sozinha, com um drink quase sem álcool em mãos, parecia séria, pensativa. Seus olhos não procuravam pela porta, então deduziu que ela não esperava por ninguém, e pela formalidade da roupa devia ter acabado de sair do trabalho e tinha se dirigido até ali para esfriar um pouco a cabeça.
Ele podia ter se levantado e ido até ela, mas algo o fez ficar ali e apenas observar. Ficou sentado, pediu uma dose de whisky, reparou no corte da cabelo, na maquiagem fraca na pele, no brilho dos olhos quase perdidos no meio do cansaço, na maneira como ela olhava o relógio só por olhar, sem parecer se importar com  a hora que chegaria em casa.

E então, quando a vontade de conhecer a menina do outro lado do bar quase vencia, ela sorriu, não para ele, nem pra ninguém, apenas sorriu, aquele sorriso bobo, meio torto que a gente dá quando se lembra de algo que você gosta e há muito estava perdido na memória, mas pelo toque de dor que ele identificou quando os lábios se fecharam ele percebeu, ela pertencia a outro alguém.

Não pertencia daquele jeito que a gente imagina, ele não entraria pela porta e lhe daria um abraço, nem ligaria dali 2 minutos e a faria sair às presas, não havia uma aliança ou contrato que a tornasse dele, pertencia simplesmente por pertencer, porque era com ele que o coração dela estava e ponto.
Então, o rapaz entendeu, ela não estava ali para se livrar do estresse que o trabalho proporcionara, aquilo nos seus olhos não era cansaço e sim dor, dor de quem ama, e ela não olhava o relógio daquela maneira porque não tinha presa e sim por que sentimentos são atemporais. Ela havia pegado o carro e dirigido até um bar no centro simplesmente para tentar esquecer ou, quem sabe, lembrar ainda mais. Não olhava para porta e não prestava atenção em nada ao seu redor porque seus pensamentos estavam em outro lugar, em outra cidade, onde ele podia estar, quem sabe até outro estado, ou talvez, apenas na outra esquina, mas a distância de sentimentos que os separava era maior do que qualquer coisa que possa ser medida.

Pensou ter ficado tanto tempo a observando, pensando na maneira como ela se encontrava por dentro, tanto tempo que em algum momento ela percebeu e se virou pra ele, assustada, como se não imaginasse que alguém do sexo oposto pudesse a notar naquele lugar, mas sorriu de novo, e dessa vez era pra ele.


Ela o olhou por uns segundos e reparou na maneira como ele a olhava de volta, como se entendesse tudo que se passava com ela, e quando os olhos dele, vergonhosos, como se com medo, desviaram o olhar, ela entendeu: ele pertencia a outra pessoa.

segunda-feira, outubro 03, 2011


Nós somos muito jovens para derramar lágrimas

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Tenho visto muitos amigos com cabeça abaixada e olhos molhados, muitas vezes vejo isso no espelho, mas por que?

Nossos sonhos nem começaram a se tornar realidade e o medo já nos coloca para dormir, nossos amores nem começaram a suspirar e a dor de não tê-los já nos sufoca a alma.
Nós escrevemos sobre dor, sobre amor, sobre sonhos que vão ficando cada vez mais distantes, nós falamos  do medo, do receio que se tem em seguir em frente.

Não deveria ser assim. Nós não deveríamos ter coragem? Não deveríamos ser fortes? Não deveríamos ser inocentes a ponto de acreditar que nada vai dar errado?

Não caímos nem metade do que vamos cair a nossa vida inteira e já estamos pedindo para que alguém nos levante.
 Mas chegou a hora de parar, de aprender a levantar sozinho. Chegou a hora de viver da única maneira que se pode viver bem: sem medo. Como se não houvesse riscos, como se não houvesse quedas, como se não houvesse morte.

Somos tão jovens, nós não temos que temer, nós não temos que acertar sempre, nós não temos que viver a vida como se ela estivesse prestes a acabar, porque nós, hoje, ainda somos imortais.
 

quinta-feira, setembro 08, 2011


Sobre um coração meio louco...

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Você estava parado lá, com um olhar penetrante e um sorriso radiante, eu te observei por uns 30 segundos e você continuava imóvel. Não sei ao certo qual o exato momento que aconteceu, mas quando eu percebi seu rosto estava em minha mente e seu nome me causava arrepios.

É sempre igual, começa leve como uma brisa, depois a coisa te invade como um furação e não é preciso ser médico graduado na usp pra constatar qual a sua doença: paixonite.

Sofro desse mal desde que meninos deixaram de ser aquelas crianças irritantes que te irritam no parquinho. Os sintomas são os mesmos, coração acelerado, quase taquicardia, olhos brilhantes e um sorriso bobo estampado no rosto.

E, dessa vez, passei a  bola pra você, ou melhor, o coração, te arranjei um quarto com suíte aqui dentro e tô só esperando a hora de ir morar no seu, mesmo que seja em uma barraquinha montada às pressas.

E o engraçado é que você nem é especial, não tem olhos claros, corpo perfeito, não é super educado e nem tem QI acima da média, sem te conhecer direito já sei seus defeitos, e acho, inclusive, que você é meio louco, assim como o meu coração que de uma hora para outra te joga aqui dentro sem aviso prévio.

Mas sabe aquela sensação de tô nem ai? Então, eu não tô nem ai, eu só quero você aqui e depois... Ah, depois a gente vê o que é que faz.

quinta-feira, setembro 01, 2011


Um brinde a você

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Ei menina, te vejo meio cabisbaixa, com carinha de quem chorou a noite toda e de quem tem um aperto no coração.

Eu sei que a culpa é dele, porque ele não atendeu o telefone, porque ele saiu do msn sem dar tchau, eu sei, ele esqueceu o aniversário de vocês, não ligou no dia seguinte e não sabe de cor o número do seu celular, ele te disse que não te ama mais, ou falou que nunca chegou perto de amar, ele passou reto sem cumprimentar, ele esqueceu de te pegar por trás, ou te disse que já não te quer mais?
Eu sei, ele é lindo de morrer, e tem cheiro de perfume francês, eu sei que ele é fofo e te faz rir e que você acha que não pode mais viver e nem vai encontrar ninguém assim.
Mas querida, vai passar. Como tudo nessa vida, vai passar. Olhe em volta, tem outros tantos por ai. É, não são iguais a ele, são diferentes, sorte sua que não vai ter que sofrer na mão do mesmo filho da puta. Eles são os certos e os errados pra você, bonitos, feios, engraçados, desajeitados, sérios,ou tudo isso ao mesmo tempo.

Você ama ele, mas bota a mão no peito. Tá batendo? Ame isso ai, ame o sangue que corre pelas suas veias, se orgulhe do coração que pulsa mesmo depois de quebrar, ame o seu cabelo, ame aquilo que você faz de melhor,ame o seu sorriso e mostre ele pro mundo inteiro. Você é linda de morrer e tem cheiro de flores de primavera, então se apaixone pelo seu reflexo no espelho, porque ele é o único que vai sentir exatamente o que você sente por ele. Não se iluda, não procure o prícipe encantado, mas acredite na princesa que há dentro de você. Ame cada pedacinho seu e não mude por nada nem ninguém nesse mundo, a não ser por você mesma.  Enxergue o que há de bom dentro de você e mostre pra que todos possam ver.
Rejeite quem  te rejeitar, exclua quem te excluir e não ligue pra quem não te ligar.

Então quando ele aparecer no meio daquela festa, levante um copo para brindar e quando ele perguntar: a nós? Dê o seu sorriso mais bonito e responda: não, a mim.

domingo, agosto 14, 2011


O último.

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Eu te amei com tudo que tinha, não era muito, mas era sincero, eu, inexperiente que sou nesse assunto tão amplo que é o amor, te amei.

Do meu jeito,  meio sem saber o que tava fazendo, fui entrando cada vez mais dentro de você, fui abrindo cada portinha que aparecia na minha frente sem sequer pensar aonde eu ia, ou queria, chegar. Estava tão curiosa em saber o que aconteceria se eu apenas seguisse em frente que não pensei duas vezes e deixei que você tomasse conta de mim.

Eu sentia que precisava ir fundo, precisava cavar o buraco mais e mais, acima de tudo, sentia que precisava sentir, porque era sentindo, e sentindo por você que eu encontrava um motivo para não desmoronar.

Fui tão fundo nessa história de ir fundo que acabei longe demais, mas mesmo perdida, eu ainda te amava. Cada pedaço de você me encatava, desde os pontos mais visíveis até os mais ocultos, eu conhecia e gostava de todos. Talvez eu realmente pudesse me atirar em frente de uma bala para te salvar, talvez eu realmente  fosse capaz de desistir de tudo por você, mas por mais sincero que fossse, não era bonito. Meus céus nunca pareceram ensolarados e pintados de azul como achei que seriam, eles apenas anunciavam uma tempestade que uma hora ou outra teria que cair.

E então,  no meio do caminho, percebi que me encontrava perdida em um labirinto, com saída, porém sem luz. Meus pés estava cansados e meu coração nem sentir queria mais.

Em algum momento naquela bagunça você se tornou meu ponto vulnerável. Ao mesmo tempo que lembranças do seu sorriso faziam meu coração se acalmar dentro do meu peito, o teu nome me causava um arrepio que subia a espinha, arrepio que logo virou dor, dor que por pouco não virou grito.

E eu me encontrava parada no meio de um caminho que era longo não importava para que lado eu corresse, mas eu tinha que ir e tinha que ir  naquele momento, antes que tudo em você me prendesse ali, para sempre.

Foi o que fiz, corri,lutei, fugi, neguei.

E agora eu saio pela porta do fundos sem fazer barulho e sem deixar vestígios de que um dia estive aqui, e nesse texto, o último dos muitos já escrito para você, eu deixo meu último recado: eu te amei.

domingo, julho 24, 2011


Entre suspiros e palavras

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 Não entendo essa mania enorme que a gente tem de esperar ouvir eu te amo pra dizer eu também.

Não é tão ruim assim, manter amor dentro de mim. Não é pecado, não tá errado, é só um fato, um dos mais bonitos fatos que se pode contar por aí: eu amo você.

Amo sim, amo assim, meio torto, meio errado, meio não correspondido, meio sem sentido. Mas coração não faz sentido mesmo, um dia você acorda pela manhã e bum! É amor. Sem café na cama, sem sussurro no ouvido, sem ligação no meio da madrugada, é amor do mesmo jeito, com, ou sem defeito.


E se for mesmo amor, ai não tem razão, não tem plano, não tem cabeça que supere, você tá preso e sem direito a condicional. É quando a gente se vê nesse mundo que não se sabe se é bonito ou feio, que esfria e aquece ao mesmo tempo, onde tudo parece bom, e também ruim demais, onde não se sabe se quer sair, ou entrar ainda mais.

E se o sujeito não for no plural tanto faz, o que importa é sentir, é viver, o que importa é assumir que o que se sente é pra valer.

sexta-feira, julho 22, 2011


Conto de fada

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Às vezes, pego a caneta e fico apenas imaginando como seria escrever uma história de amor. Tento, sem sucesso , fazer as palavras tomarem forma, enquanto o papel continua em branco a minha frente. Não me falta talento, disso sei bem, falta-me inspiração,pois, apesar  de conhecer o principe encantado não tive a honra, ainda, de ser apresentada a princesa. E esse é o meu problema, não ser a princesa e acabar, por consequência, como coadjuvante da minha própria história. Então, abandono as páginas em branco, e resgato a melancolia de textos antigos, que insistem em afirmar que você é tudo que preciso pra viver.

Não é.

Preciso também de uma boa música, uma melhor amiga e uma dose extra de chocolate uma vez por semana, preciso fazer o cabelo todos os dias, nem que seja só para ir a padaria, porque esse é o único jeito de me sentir segura. Preciso de internet, uma piada e escrever também, para não me sentir vazia, preciso de óculos, pois minha miopia me impede de ver as coisas com clareza sem eles, preciso de remédios para garganta sempre na gaveta, pois quando inflama eu a odeio mais que qualquer coisa, preciso de terapia pra curar algumas fobias e isso tudo sem contar a comida e água, sem os quais, nenhum de nós vive.

Você é, portanto, apenas parte da equação, apesar de ser a maior parte. Sinto como se sem você como incógnita a equação se tornasse insolúvel, ao mesmo passo em que sinto que, talvez, seja tirando você da minha vida que eu consiga algo tão simples quanto um mais um é igual a dois. Mas, simplicidade nunca foi prazeroso pra mim, sempre gostei de complicar as coisas, então, tirar você da minha vida é mais doloroso pra mim do que te ver assim, tão longe.

Longe porque, talvez, eu seja a princessa, mas por enquanto continuo pressa na torre esperando para que meu príncipe me resgate.

sábado, abril 16, 2011


Mudança de roteiro

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Cansei de tentar me definir, a inconstância me define melhor que eu mesma.

Aliáis, talvez seja essa minha palavra, inconstância, não porque sofro de bipolaridade, mas porque se restringir a apenas alguns traços de personalidade demora demais e prefiro perder tempo com vida do que com definições, muitas vezes, vazias e incertas.

Às vezes sou coragem, às vezes covardia insana, algumas vezes fui loucura e outras lucidez e nessa enorme coleção de histórias que é a vida fui lembranças tantas vezes que das outras, já me esqueci.

E essa não seria a palavra de todos? Em um mundo que se altera todo ano entre quente, frio e morno o que seria de nós sem a tristeza dos dias chuvosos e a freneticidade dos verões?  Em um mundo de guerras e disputas políticas, como coexistiríamos sem amor? E, ainda sim, como nosso coração resistiria as quedas se não houvesse em nós um pouco de frieza? Se houvessem pessoas sempre tristes e outras sempre tão alegres, o que sentiriam os infelizes quando ouvissem uma risada? E os outros, como dariam valor ao que tem sem conhecer a tristeza?

Só sabe o valor de um sorriso quem conhece o salgado sabor de uma lágrima.

A vida impoe mudanças em nós mesmo, sejam elas passageiras ou pemanentes, para que possamos suportar com força as voltas que ela mesma dá. Tentar definir-se é agir como um cachorro que roda em volta de si tentando morder o próprio rabo, cansativo e nunca nos levará a lugar algum. Assim como a vida, nós somos uma caixinha de surpresa.

Chore quando tiver que chorar, grite quando tiver que gritar, mude quando tiver que mudar e não tente definir-se, pois nós não somos nada, mas também podemos ser tudo.

domingo, março 13, 2011


Loucura social

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A história dela não começou com era uma vez e nem terminou com final feliz. A época das monarquias acabou faz tempo e com ela foi-se as princesas, os príncipes e os magos, só não foi a imbecilidade humana e o dom de fazer o outro sofrer.

A história, como a de todos nós, começou com lágrimas.

Parece que nascemos inteligentes e emburrecemos com o tempo. Já sabemos, logo que a primeira partícula de oxigênio entra em nossos pulmões, que estamos ferrados. Fomos escalados como elenco de um peça em que protagonizam loucos, doentes e psicopatas, não há direito a pausa para um copo d'água, nem diretor para nos dizer o que fazer, o roteiro é confuso  e nunca ouvimos a trilha sonora invadindo nossos ouvidos. Bem vindos à vida senhora e senhores.

O tempo passou e ela se esqueceu de como tinha chegado ali, foi sendo jogada de lado e pouco a pouco tornou-se coadjuvante da própria história. Foi julgada e condenada a lixo em uma sociedade em que só presta  quem faz merda e só faz merda quem quer. As sacolas plásticas pareciam ter mais valor que ela própria, ao menos para poluir o meio-ambiente elas serviam.

Foi ouvindo as risadas no fundo da sala e com o tempo fez dos fones de ouvidos seus melhores amigos, via mãos dadas e se perguntava quantos milhões era necessários para comprar um sorriso,  seus desejos e sonhos eram menosprezados como se desejar fosse coisa reservada aos magnatas e sonhos fosse coisa para os tolos.

Viveu assim, cresceu assim.

Os seres humanos sempre foram cruéis.  Vêem graça no sofrimento alheio como se eles próprios fossem imunes a dor e quando descobrem que tragédias podem acontecer com qualquer um já é tarde demais e estão todos com camarote reservado no inferno.

Foi no papel de vítima que ela enlouqueceu aos poucos. Começou com lágrimas em seus olhos e evoluiu. Coisas jogadas no chão do quarto, cabelo desarrumado, dias e dias sem pregar os olhos, perdeu tudo, dinheiro, os fones de ouvido, peso, os sonhos antes rejeitados...

Nós não sabemos nossos limites até que batemos a cara no muro.

Tentou de tudo, álcool, remédios, cordas, travesseiros, mas foi só quando a faca penetrou a pele do pulso que conseguiu e foi só quando isso aconteceu que ela entendeu. Passou a vida inteira escondendo a voz no fundo da garganta e a beleza por trás do capuz, não gritou, não demonstrou o que sentia porque tinha medo de sentir, acreditou em quem não acreditava nela,  viveu escondendo pensamentos, dons, talentos por achar que nunca seria boa o suficiente, por achar que era fraca demais. Mas fracos eram eles, pobres eram eles que nunca teriam sonhos para se apoiar, vivem tentando superar os outros quando não tinham coragem nem para superar a si mesmos. Ela entendeu, mas já era tarde demais.

Os seres humanos sempre foram cruéis, cruéis com eles próprios. Ouvem que não é possível, escutam que são incapazes e acreditam. Acreditam que são fracos demais para lutar e que seus talentos não são nada, que nunca vão realizar seus sonhos e que a vida é só uma peça de teatro. Mas forte é quem protagoniza a própria história mesmo contra a vontade dos coadjuvantes, forte é quem com um gesto cala todas as vozes, forte é quem levanta a cabeça, ouve as gargalhadas, arranca o fone de ouvido e ri com eles.

Ela acordou em um quarto branco  agora não tão sozinha assim e com um sorriso no rosto, mas não era um final feliz porque, por algum motivo, ainda não tinha acabado.

sábado, março 12, 2011


Pray for Japan.

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quinta-feira, março 10, 2011


Wake, Despertar - Lisa McMann

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 três coraçãozinhos!



Sinopse:  Para Janie, uma garota de 17 anos, ser sugada para dentro dos sonhos de outras pessoas está se tornando normal. Janie não pode contar a ninguém sobre o que acontece com ela - eles nunca acreditariam, ou pior, achariam que é uma aberração. Então, ela vive no limite, amaldiçoada com uma habilidade que não quer e não pode controlar. Mas, de repente, Janie acaba presa dentro de um pesadelo horrível, que lhe causa um imenso terror. Pela primeira vez, ela deixa de ser expectadora e se torna uma participante...

Em um momento compulsivo dentro de uma livraria no dia do meu aniversário acabei procurando por um livro que se encaixasse  nos meus requisitos que no momento seria baixo custo e acabei adquirindo Wake que conta a história de uma menina que pode entrar no sonho das pessoas e esse blablabla todo que você viu na sinopse. Digo que foi um momento compulsivo porque logo de cara me decepcionei com o livro (e comprei mesmo assim, o que é estranho).

Wake, que eu pensei ser um tanto quanto volumoso, tem apenas 208 páginas (pra mim é pouco, eu gosto de ler ok?) e letras beem grandes na parte do sonhos.

Além do problema do volume do livro não me dei muito bem com a forma de escrita da autora, algo como:

Janie acorda. Janie se sente uma merda. Janie toma café, queima a língua e vai para escola muito puta.

MAS, quando você se acostuma, a história fica muito gostosa de ler e te faz viver no mundo de Janie por algum tempo, além de conter um desenrolar que te prende do ínicio ao fim. A história é orginal, diferente das histórias de vampiros e anjos caídos que estamos acostumados a ver por ai. E é isso que merece os 3 coraçãozinhos e uma super recomendação.

Wake é o primeiro livro de uma triologia e você pode encontrá-lo na Submarino por R$ 19,90.

quarta-feira, março 09, 2011


O valor do coração

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Sobre duas coisas não temos certeza, o passado e o futuro.

O passado traz arrependimento, saudade e mágoas, enquanto o futuro gera ansiedade, desperta sonhos e uma vontade imensa de que ele chegue logo, mas eles são, respectivamente, causa e consequência de uma coisa da qual sempre nos esquecemos, o presente.

Só nos lembramos do presente quando o coração aperta, a pele queima e olhos doem, só prestamos atenção no que estamos sentido agora quando a tristeza nos invade, odiamos nós e tudo a nossa volta só porque estamos sentido aquilo, mas segundos depois já estamos culpando o passado e desejando que o tempo passe e o futuro leve o sentimento pra bem longe. Raras ás vezes em que um sorriso nos faz lembrar o quanto somos felizes, mais raros ainda os momentos em que paramos para consertar nossos erros e sermos felizes.
Pense bem, eu, você, todos sempre planejando o futuro, são provas, investimentos, sacrifícios que fazemos, poupanças que abrimos, sonhos que guardamos para “quando der tempo”. Pra que? Quando atingirmos a meta não teremos o tempo para desfrutar nossas conquistas, vamos ser pegos de novo fazendo o futuro.

E daí? Você pode dizer, é sua vida, não dá simplesmente pra relaxar e deixar que o futuro seja feito depois, informalmente falando você vai estar todo ferrado quando ele chegar, mas não estou dizendo que você não pode planejá-lo é só que fazer apenas isso, machuca, não agora mais depois. Como na música:


Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o o sol nascer, devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que queria fazer (…)

Acontece que quando você se esquece de viver o presente, também se esquece do VALOR das coisas. Se esquece de como é bom respirar ar puro e senti-lo em seus pulmões, do quão aconchegante pode ser um abraço e como vale a pena sentir o vento bagunçar seus cabelos, se esquece da importância de uma amizade e de como é fácil partir um coração.

Quanto tempo vai demorar para entendermos que é preciso perdoar o passado e que mágoas devem ser esquecidas? Quanto tempo precisamos pra descobrir o verdadeiro valor de todos os corações a nossa volta? Porque um dia quando finalmente “der tempo” nosso pulmão pode não ser tão bom quanto antes, podemos estar carecas, nossos amigos podem não estar mais conosco e nosso coração já pode estar frágil demais pra ser tão caro quanto antes.

terça-feira, março 08, 2011


Dear Mr, President.

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Recentemente a Pink lançou a música Fuckin' Perfect que fala sobre a história de tantas garotas espalhadas por ai que sofrem por se sentirem diferentes das outras.

Foi no embalo de Fuckin' Perfect que eu acabei  dando mais atenção às músicas da Pink e, no meio de tantas, uma me chamou atenção, quem ainda não conhece, vale a pena conferir.

Dear Mr. President, Querido Senhor Presidente em bom português, é uma música diferente das que estamos acostumados a ouvir e faz críticas à política e, de certa forma, à sociedade.

A música é composta pela própria Pink e na época em que foi lançada, entre os anos de 2006 e 2007, quem governava os Estados Unidos era o republicano George Bush. Dear Mr. Presidente sofreu censura  por parte de muitos meios de comunicação e, por conter críticas muito pesadas, foi lançada só fora dos Estados Unidos. Apesar de ser, na teoria, direcionada ao presidente, nos faz pensar um pouco sobre a nossa própria postura em relação ao mundo a nossa volta. Confiram:



segunda-feira, março 07, 2011


Para sempre, nunca mais.

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Quando tudo acaba percebemos que aquele não é o fim que desejamos, mas que fim que é desejado? Tudo que queremos é que dure para sempre. Esperamos pelo final feliz que não é final coisa nenhuma, é só um casal correndo livre em um campo cheio de flores.
Desde crianças somos alimentados com babaquices que nos falam sobre um mundo perfeito. Meninas veem contos de fadas e meninos crescem rodeados de carrinhos da hot wheels que sobem paredes. Mas nossos carros não sobem paredes, nem nós, nossos amores até tentam, mas logo caem, quebram a cara e o coração na tentativa de “durar para sempre”, nossos sonhos, estes, podem até subir paredes, mas têm que segurar firme para não cair e só Deus sabe os estragos que fariam aqui embaixo. E olha que muitos tentam derrubá-los.
Somos, desde crianças, ensinados a não aceitar nada que venha de estranhos, mas quem é que conhece o amor quando ele aparece pela primeira vez? Aprendemos a agradecer quando algo nos é dado, mesmo que não seja o presente que desejávamos, mas raros os que lembram de agradecer um amigo quando queriam um amor.
Tentamos ser diferentes, mas estamos todos entregues ao óbvio. Toda menina quer ser despertada de seu leito por um príncipe encantado. Todo garota espera a menina que calçará seu sapato de cristal. E todo mundo espera um feliz depois do final.
Não tem. Não tem final que seja feliz, não tem príncipe que aguente bafo de defunto, não tem ninguém com o pé tão diferente para ser o único em todo um reino e não tem para sempre.
Uma vida de para sempres é sem graça. Imagine, dois melhores amigos, um de cada sexo, para sempre, acompanhados de seu primeiro amor para toda a eternidade. Para sempre também seria seu primeiro emprego, aquele que você ganhava um salário mínimo, e seu primeiro apartamento, pequeno demais até pra você sozinha.
Correr, mesmo em um campo de flores, cansa, e quando cansa a gente poe um ponto final - sem feliz- e toca a vida.
O que tem que ter é coragem. Coragem para despertar sozinha, coragem para jogar o sapato de cristal e deixar os pedaços se quebrarem atrás de você e, principalmente, coragem para aceitar que tudo um dia chega ao fim, mas se acabou é para abir espaços para novos começos.

Amizade, precisa de significado?

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Acho que não...
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